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A BELA E A FERA: UMA REFLEXÃO

Celine Dion & Peabo Bryson - Beauty And The Beast (HQ Official Music Video) Esta bela canção deu vida e sentimento à Bela e a Fera, ...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

CONVIVER

Ninguém vive só! A constatação é maravilhosa, mais ainda, na medida em que se aprende a arte de conviver com o semelhante, apesar de tantas diferenças individuais. 
É muito mais alegre a vida daqueles que buscam a harmonia e a convivência respeitosa com os semelhantes. É simples de compreender: através da união  se aprende, se compartilha dons e todos saem fortalecidos.
A inspiração divina já instrui que, 'apesar de todos serem diferentes em suas capacidades e dons, todos pertencem à mesma origem, mesma natureza e, como membros todos formam um só corpo'. 
Através do convívio, da união, os obstáculos são superados com mais tenacidade e coragem.
É preciso que cada um busque o quanto puder, na singeleza de atitudes, aliar forças e energias novas para superar as limitações e obstáculos inerentes à natureza humana. 
O conviver com outros, em pequenas células primeiramente a partir da família e depois na sociedade, na comunidade, em grupos de trabalhos humanitários ou de oração, é que fortalece e empurra cada um, individualmente, alimentando a esperança de chegar nalgum lugar. 
O convívio humano e fraternal conduz sadia e serenamente para a celebração da vida e à longevidade de forma lúcida e plena.
Vale muito viver compartilhando dons e a alegria do viver! 
J. Rubens Alves 

sábado, 27 de abril de 2013

AGILIDADE SIM


Nesses dias o que se vê é a correria de pessoas nas ruas, bancos, lojas e supermercados, passando a nítida impressão de que perderam a noção do equilíbrio e sensatez.
Ao invés de sensação de alegria e paz, transmitem aflição, nervosismo como portadores de algum peso ou compromisso incômodo.
O que provoca o estresse é a agitação que as pessoas se impõem para cumprir tarefas que deveriam ser motivo de extrema alegria e regozijo. 

Pressa incontrolável que provoca descontrole nos atos mais simples, induzindo à compulsão pelas compras desnecessárias, à perda fácil de paciência no trânsito, aos riscos de acidentes.
Existe uma grande diferença entre pressa, velocidade e agilidade. Se um piloto de Fórmula 1 fosse apressado, fatalmente morreria nas primeiras curvas de um circuito.
Acontece que ele não é apressado, mas profissional treinado, condicionado a correr em alta velocidade sem dar margem ao descuido que lhe seria fatal.
Além disso o piloto, faz uso de sua agilidade nos controles da parafernália que equipa sua máquina. Se ele não fosse ágil não seria também veloz. A agilidade é o grande trunfo que lhe permite correr velozmente, em segurança, sem margem de erros.
Imaginar algum médico com pressa? Nem pensar! Médicos dependem de agilidade e não da pressa nos casos de urgência.
Na vida prática, no cotidiano de cada um, esta comparação também pode ser aplicada. É possível realizar todas as tarefas, caseiras, profissionais ou comunitárias com muito mais segurança e com menor margem de erros se, ao invés de pressa,  a agilidade for colocada em prática.
A agilidade nada mais é do que planejar e realizar as tarefas utilizando-se de recursos melhores, sejam físicos ou materiais não importa, desde que levem ao êxito e aos bons resultados naquilo que se faz.
Dessa maneira se imporá uma maior velocidade na solução de tarefas e trabalhos, eliminando desgastes, estresses e falsas euforias.
A pressa leva pessoas, famílias e instituições ao desgaste e ao colapso. A agilidade leva ao sucesso e aos bons resultados.

Agilidade é uma receita de análise intuitiva, planejamento mental e praticidade.
Quando tudo parecer congestionar a  vida diária, simplesmente seja ágil, criando alternativas mais singelas que fujam das práticas usuais que primeiramente os sistemas querem impor ao ser humano, como regras.
Melhor ainda é quando se consegue agregar uma boa pitada de amor à agilidade, para se desempenhar com excelência e alegria as inúmeras tarefas de nossa existência!

Afinal, quem tem pressa come cru ou acaba se engasgando!
J. Rubens Alves

terça-feira, 26 de março de 2013

PAR DE BOTAS

Naquele início de tarde, minha filha e eu nos dirigimos à agência bancária e ao chegarmos, logo na entrada, antes da porta giratória de segurança, nos deparamos com um par de botas, cuidadosamente deixado ali por alguém e por algum motivo. 
Muitos clientes passavam pela entrada do banco sem notar aquele detalhe tão destoante quanto raro de se ver. 
Aquele par de botas contrastava com aquele ambiente, com aquele conjunto: uma agência bancária, bem montada no interior de um Shopping Center. 
Aquelas rudes e ao mesmo tempo humildes botas, sem dúvida, passavam algum recado pelo simples fato de ali estarem. 
Diante de fato tão incomum pedi para minha filha resgistrar aquela imagem em seu celular. 
Essa foto ilustra o texto sobre o par de botas que tinha um dono facilmente identificável no interior da agência: um jovem com os pés descalços, que pela aparência se tratava de trabalhador em alguma obra nos arredores. 
Colhemos junto ao segurança que cuidava da entrada de pessoas informação de como ocorrera aquele episódio. 
Visivelmente comovido, tal como nós imaginávamos, o segurança nos informou que aquele jovem, em gesto de simplicidade de espírito e imensa humildade, havia descalçado as botas para não sujar o piso brilhante da agência bancária e as deixara do lado de fora, indo somente com as meias tomar seu lugar na fila. 
Enquanto nestes dias a onda de relativismo abafa a espontaneidade do ser humano, obrigando-o a escravizar-se aos estereótipos de comportamento, expondo ao ridículo quem ousar contrariar os vícios dos sistemas, ainda é possível vislumbrar gestos simples como esse. 
Ao olharmos alternadamente para o par de botas e para aquele jovem humilde, mas asseadamente vestido, de feições de intensa felicidade e paz, pés descalços, calmamente esperando sua vez no atendimento concluímos que, apesar de cada vez mais escassos, ainda existem corações, de alto grau pureza e simplicidade rara. 
Corações generosos que se preocupam com o bem comum, em qualquer lugar e situação. 
Corações simples escondidos, de forma magnânima em pessoas, cujos rostos desconhecidos de nós, sobrevivem espalhadas entre as multidões que cada vez menos se reconhecem e se sensibilizam como seres humanos. 
Corações grandiosos de verdadeiros anjos que podem estar camuflados atrás de um par de botas! 
J. Rubens Alves

sexta-feira, 15 de março de 2013

ATÉ ONDE?

Como quase todos fazem, peguei um dos carrinhos disponíveis no pátio do supermercado.
Já no interior da loja, por um descuido, quando buscava algo em uma das prateleiras, um garoto de aproximadamente oito anos apanhou meu carrinho, ainda vazio, e saiu correndo para entregá-lo aos pais, logo adiante.
Inconformado com a traquinagem, chamei o garoto e pedi que me devolvesse o carrinho e o orientei para que fosse apanhar outro vazio, na entrada da loja.
Não vou descrever em detalhes, a cena bizarra do pai, totalmente descontrolado me ofendendo e gritando impropérios pela repreensão que dirigi, de maneira carinhosa, ao garoto.
Não retruquei ao pai do garoto preferindo, como resposta, o silêncio e abrindo mão do carrinho.
Fiquei, todavia, refletindo o que aquele garoto assimilou daquela cena: se a atitude belicosa do seu pai ou a minha reprimenda carinhosa e educativa.
Certamente algo ele gravou em sua mente e isso influenciará, daqui a alguns anos, seu comportamento e suas reações.
Já não bastasse o abandono por parte de pais que, por força do trabalho árduo, deixam seus filhos sob efeito de celulares, vídeo games e programas de TV, é comum encontrar outra infinidade de pais não possuem o mínimo de sensibilidade para perceber que educar consiste, antes de tudo, em dar bons exemplos de convivência, de ações fraternas, de atos de amor com a família e respeito com os próximos que os rodeiam. Educa-se, enfim, para a vida!
Até onde errei ou acertei interferindo na atitude do garoto, só o tempo saberá.
Desejo, de coração, que aquele garoto tenha guardado a melhor parte daquele momento!
J. Rubens Alves

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SIMPLESMENTE VIVER


Vinte e cinco anos. Durante esse longo tempo, quase todos os dias vislumbro saindo de sua casa, não muito distante da minha, aquele senhorzinho de idade avançada, com seu traje social um tanto fora de moda, mas distinto por compreender terno, gravata, chapéu e guarda-chuva. 
Para completar seu figurino, como hábito que adquiriu ao abandonar o cigarro, nos lábios afinados e escondidos parcialmente pelo ralo bigode, um palito de dentes dançando de um canto para outro de sua boca, num malabarismo frenético que chama a atenção. 
Viúvo, apesar de ter filhos, sempre morou sozinho tendo como companhia em seu pequeno quintal apenas alguns pássaros, poucas galinhas e um galo de goela forte, cujo canto corta os ares da vizinhança várias vezes na madrugada. E tudo isso na Zona Urbana!
Pela idade avançada, oitenta e poucos anos, já se aposentou dos serviços que prestava como funcionário público e, por isso mesmo, deve ganhar uma bela e aposentadoria. 
Homem de pouca conversa, raramente se comunica com os vizinhos, mas certo dia, com um gesto de mão chamou-me para perguntar sobre um determinado livro que gostaria de ler. 
Olhando aquele homem de olhinhos esguios, ariscos e ressabiados escondidos sobre aquele par de lentes grossas, como fundo de garrafa, enxerguei o extrato de um ser humano que escolheu viver a vida, após a perda de sua esposa, da maneira mais simples que se possa imaginar. 
Detentor de cultura invejável, firme nas convicções e nas coisas da moral, fé em Deus mais que nas instituições, pensamentos lúcidos sobre política e cultura, ao invés de partilhar essa riqueza com outros, preferiu continuar na sua caminhada solitária, vivendo e brigando consigo mesmo. 
De gosto trivial na alimentação, entretanto não deixa de saborear um bom vinho, uma cerveja acompanhada de sanduíche quente feito na padaria do bairro, de dar uma parada aqui e outra ali para papear, sempre na rua ou na praça, pois que eu me lembre, nunca vi ninguém em sua casa como visitante. 
Apesar de haver aí, nesse modo de viver, algo de egoísmo e certo ar de avareza, ele simplesmente escolheu por viver a vida, um dia após outro, aceitando o que ela lhe oferece. 
Interessante, todavia, que esse desprendimento que impôs à sua vida e a alegria que sente nas pequenas coisas, o fazem sentir-se um homem abençoado e privilegiado, tal mesmo como reconhece. 
Apesar das marcantes reticências ao seu modo de vida isolado, pode-se extrair o ensinamento de como é lindo o viver cada dia da vida como um grande acontecimento, aliás, o maior acontecimento, visto que nada o supera. 
A figura excêntrica desse homem bem vivido na idade nos mostra, de maneira singela, como se deve aceitar e viver a vida, dia por dia, sem grandes questionamentos. 
É como aquele palito de dentes, que ele traz sempre nos cantos de sua boca: ele não sabe como é fabricado a partir da madeira 'in natura', a complexidade da sua confecção, como foi embalado e o trajeto até a sua mesa. Para ele importa apenas que o palito é importante ali na sua boca, em lugar do cigarro. Simplesmente assim, ele também ensina o viver! 
Não é preciso compreender todos os acontecimentos da vida e a razão de tudo, basta vivê-la!
J. Rubens Alves

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

XÔ! LOUCURA DOIDA


De louco todo mundo tem um pouco. Este velho provérbio até fazia sentido pouco tempo atrás. Do jeito que as coisas andam, por ora será melhor dizer que ‘de louco quase todo mundo tem muito’.
O ritmo desenfreado para cumprir obrigações diárias está levando grande número de pessoas agir como loucas. É só prestar um pouco de atenção e surgem acontecimentos pitorescos no trajeto para a escola, trabalho ou lazer, demonstrando que o equilíbrio já foi quebrado. Temos que pedir aos anjos que nos protejam a cada instante!
Há algum tempo, em São Paulo, eu seguia por avenida de grande movimento ao cair da tarde, com fluxo intenso no sentido bairro quando um veículo, por distração de seu condutor, invadiu uns poucos centímetros a faixa paralela que o separava de outro que trafegava ao lado.
O fato foi corriqueiro, não trazendo qualquer perigo na forma como aconteceu, porque havia espaço suficientemente seguro entre os dois veículos, sem contar que no momento a velocidade estava bem abaixo do permitido. Tudo estaria encerrado se o passageiro do veículo supostamente ameaçado não reagisse tão agressivamente. Gritou, gesticulou e proferiu impropérios ao inocente infrator. Não satisfeito, colocou para fora meio corpanzil através da janela. Os veículos em movimento. Para surpresa de todos que assistiam àquele grotesco espetáculo, atirou sobre o veículo um sapato de salto alto e logo depois mais outro. Não sei de onde sacou aqueles sapatos. Poderia ser uma arma.
Percebi nos veículos mais próximos pessoas rindo, tal como satisfazendo a vontade secreta de agir da mesma maneira. O instinto animal engolindo o humano.
Centenas de outros casos semelhantes, piores ou não, poderiam ser lembrados pelos leitores ilustrando, mais ainda, em que ponto pode chegar essa loucura coletiva.
Não é necessário mergulhar nestes episódios buscando respostas para descobrir se os ímpetos são semelhantes em outras regiões ou países, porque isto fica evidente através das notícias que saturam os meios de comunicação.
No popular, com certa redundância, é uma loucura doida, ou doideira louca: mistura de psicose com alienação, piração com delírio, doidice com insanidade, seja lá o que for.
Se esta loucura é um mal que assola toda a raça humana, pelo que todos os dias assistimos, saber sobre a origem destes distúrbios emocionais ou decifrar sua classificação não importa muito neste momento.
A verdadeira intenção é alertar que antes deste mal nos acometer, existem contaminações que o precedem. É bom perceber os sistemas que regem a vida moderna, seja o de governo, o tecnológico, o financeiro ou de comunicação entre tantos outros, impondo a todos, sem qualquer distinção, certa e propositada submissão que oprime, estressa e leva à loucura.
Estes sistemas utilizam a sutil estratégia de anular, antes de sua investida devoradora, do senso crítico do indivíduo.
Sem o senso crítico fica mais difícil perceber quanto se agita o coração ao ouvir as baboseiras e notícias sobre os desmandos do governo. Sem senso crítico se aceita, sem reação, o atendimento impessoal do sistema de telefonia, que dribla o usuário com a voz virtual e metalizada ditando alternativas. Sem senso crítico, o cliente bancário (em especial o que não aplica grandes somas), submete-se ao papel humilhante e secundário, de reles empregado não remunerado que, diariamente, se presta às funções e práticas que lhe roubam minutos ou horas preciosas da vida, ao mesmo tempo em que é assaltado vergonhosamente nos extratos bancários, por taxas de administração e juros abusivos. 

Sem senso crítico fica difícil desconfiar das facilidades para se adquirir um celular, conseguir um cartão de crédito, crédito pessoal ou fazer crediário. Sem senso crítico se aceita, sem resistência, a ideia falsa disseminada pelo sistema de planos de saúde, de que todos nascem e são condenados perpetuamente para a doença. Enfim, sem senso crítico impera incapacidade de reação e de atitudes de oposição.
Da mesma forma, é bom notar como é quase impossível, depois do envolvimento nestes sistemas, livrar-se deles quando se tenta devolver um produto, renegociar uma dívida, interpretar extratos ambíguos ou provar que as ligações lançadas em conta não deveriam efetivamente estar ali.
Quanto mais cada um se envolver com estes sistemas, mais oprimido e estressado viverá, porque sua vida entrará em processo de repetição de atitudes, compromissos, gestos e ações.
Aquele que cai nas sutis armadilhas preparadas mergulhará em crise profunda de existência, ao perceber que gasta o fruto de seu trabalho para pagar seguros, planos de saúde e dívidas. Que a maior parte de seu tempo é utilizada para administrar o caos imposto por este tipo de vida irreal criada pelos sistemas.
Em cada iniciativa que tomar em busca da liberdade perdida, o indivíduo esbarrará não só nos limites normais impostos pelas leis, mas ficará estático diante das barreiras que são criadas pela burocracia de controle ou por outras geradas pela alta tecnologia.
Se é que existe uma explicação simples para estes surtos de loucuras urbanas, ela estará na opressão sufocante imposta por estas pequenas comodidades que deveriam servir para o bem-estar do ser humano.
Só existe uma maneira de diminuir os surtos de loucuras instantâneas: mesmo não entendendo de filosofia, mesmo que a capacidade de autonomia estiver em baixa, mesmo que as condições sejam adversas, cada um deve provocar uma parada brusca e obrigatória na correria do seu dia-a-dia. 

Colocar-se em atitude de profunda reflexão sobre a vida, a existência e os fatos que a regem, analisando tudo sob nova luz. E, com o que restou do senso crítico, buscar superação e liberdade destas realidades que não são saudáveis e verdadeiras.
Tudo o que é verdadeiramente bom coopera para o bem. Tudo aquilo que não se enquadrar neste princípio, cujo uso ou prática gerar angústias, deve ser abandonado com a mesma simplicidade da criança, que facilmente passa do choro ao riso. 

Xô! Sai pra lá, loucura doida desses nossos tempos.
J. Rubens Alves

domingo, 2 de dezembro de 2012

O GRUPO, A INJUSTIÇA E O DILEMA

Qualquer injustiça dói! Provoca dor porque fere a carne e o coração. 
Fere mais profundo a injustiça praticada por grupo ou instituição constituídos por pessoas que sempre se declararam irmanadas no espírito cristão e, mesmo assim, tomam atitudes sem critério. 
Em retrocesso aos tempos da condenada inquisição, se unem na escuridão para julgar, condenar e excluir de seu meio supostos desafetos, sem direito à defesa aos 'condenados'.
Os motivos para a arcaica decisão podem ser banais e corriqueiros, sem relação alguma com a essência verdadeira da instituição que os abriga, motivos que bastam, contudo, para expurgar os pares incômodos que não se encaixam mais aos seus gostos.
Com certeza, o Mal se infiltra, de mansinho, em qualquer meio, até em grupos reunidos ao redor do ideal cristão, causando estragos, semeando desconfiança e caos, bastando para isso, o apenas descuidar-se da vigilância e da oração. 
O Mal se dissemina através de pequenas inverdades, de fofocas criadas a partir de fatos comuns na vida dos vivos e que nada tem a ver com os objetivos espirituais primeiros daquele grupo irmanado. 
As discórdias são plantadas sutilmente, sem fundamento, mas com maestria, sempre por alguém enfraquecido nos propósitos da fé e da espiritualidade, despertando no grupo o monstro adormecido da corporatividade. 
Antes alicerçado em bases do amor, da compreensão, da correção fraterna, no direito à defesa e no cultivo da paz, o grupo afetado pela semente do Mal corrompe suas estruturas e se esfacela, como espigas de milho envelhecidas, cujos grãos já não servem para semear ou alimentar, comprovando que o envelhecimento pode ocorrer não só no campo biológico, mas no campo das certezas espirituais e do bom senso. 
O envelhecimento espiritual pode se evidenciar pelo enrijecimento do pensamento e pela deficiência da visão do coração, confirmando que o envelhecer, nem sempre aumenta o nível de sabedoria, mas em alguns casos, o da intolerância. 
Pessoas afetadas pelo Mal, mesmo sem cultivar o interesse das 'trinta moedas de prata', porém supostamente guarnecidos em nome do 'seu deus', 'do seu grupo', 'do seu entendimento', excluem do seu meio as pessoas que já lhes serviram como referência de bondade, de juventude, de dinamismo e de serviço, em troca de caprichos equivocados. 
A injustiça praticada por gente que se diz 'de Deus' é mais aniquiladora que a injustiça praticada pela lei dos homens: Ela faz sangrar o coração! 
O grande consolo vem pela justiça de Deus, que mesmo tardia não falha, não permitindo morrer os corações feridos, mas fazendo arder, pelo remorso, os corações que feriram. Como dizia Platão: "Cometer injustiças é pior que sofrê-las". 
É triste constatar que muitos se desencantam com as instituições e pessoas incumbidas da missão de propagar a semente do Reino de Deus através do testemunho de suas vidas quando assistem a esses procedimentos asquerosos de julgamento e de injustiça premeditadas por parte das pessoas que se declaram 'do Bem e de Deus'. 
Os desiludidos não conseguem compreender como pessoas assim, com esse perfil de julgadores, possam ser seguidoras de um Jesus que acolhia e não condenava nem mesmo as prostitutas com seus atos libidinosos e convivia amorosamente com agiotas e seus atos tão corriqueiros da vida, de trabalho, de comércio e de favores mútuos. 
Sobra, além do mais, para todos que tomam conhecimento dessas injustiças um perigoso dilema: Se vale mais orar bebendo em uma igreja ou beber orando em casa ou num bar? 
A grande certeza, entretanto, para aquele que resiste a essas investidas injustas pela fé, é que em todos os acontecimentos se deve enxergar a vontade e a mão de Deus num possível e eminente livramento de coisas e pessoas que já não somam mais e que lhe podem causar ainda, dores maiores e profundas!
J. Rubens Alves